Versos enviados a Zeca pelo pai, para o livro da Queima das Fitas de 1952.
«Que a sorte esquiva te fade
Da sina de bem viver
Mas uma sina que há-de
Ser por ti bem esculpida
Na carne e sangue da vida
Filha da tua vontade
Obra só do teu querer
Pois qual tábua perdida
Voltar-se, inerme, ao destino
E conjurar a Ventura
Não é táctica segura
Não passa de jogo vão,
Como a estrela de papel
Que (eras tu moço e menino)
Presa à ponta dum cordel
Soltavas da tua mão
... E ora ia ao alto a pino
Ora caía no chão...»
fonte: José Afonso - Um Olhar Fraterno de João Afonso dos Santos