Em 1966 sai uma 1ª edição do livro "Cantares de José Afonso" pela Nova Realidade - Tomar
Em 1967 sai uma 2ª edição com texto de Rui Mendes, que estava previamente anunciado para a 1ª edição, extraviou-se algures e só saiu nesta 2ª edição.
DaquiCapa: Fotografia de Rocha Pato
Em 1969 sai esta 1ª edição clandestina - Edição SCIP - AAEE de Lisboa / A.E.I.S.T.
Fotografias do moçambicano Ricardo Rangel, desenho de António Quadros e preâmbulo de Flávio Henrique Vara.
«[...] Coimbra tem assim constituído a praça forte do reaccionarismo a da alienação portuguesa, e, se pensarmos que foi durante muito tempo o único centro universitário do País, temos de reconhecer nela o beco da nossa cultura e um dos maiores freios ao nosso progresso sócio-económico.
Felizmente que desde alguns anos para cá um grupo de gente nova está surgindo, reduzido é certo [neste pequeno círculo se deve incluir o bardo dos Cantares], mas cada vez mais numeroso e servindo de suporte a uma mentalidade diferente, sensível às realidades que nos cercam e aberta para os dramas que atormentam o mundo actual. [...]
E se algum qualificativo quiséssemos utilizar, que melhor reunisse as qualidades destes Cantares, diríamos que eles são eminentemente cultos. Não é de facto a cultura uma relação viva do homem com a realidade circundante? Por serem cultos é que muitos destes cantares andam nas bocas do vulgo, ilustrando assim esta verdade tão singela como frequentemente esquecida: que a arte para ir direita ao povo tem de brotar do seu húmus. [...]»
Daqui